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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A bicicleta como ferramenta transformadora das cidades

As pessoas moldam a cidade ou a cidade molda as pessoas?
Essa e muitas outras questões sobre o planejamento urbano são discutidas no livro  "Cidades para pessoas",  do arquiteto e professor dinamarquês Jan Gehl, que a editora Perspectiva acabou de lançar no Brasil.


Conhecido por diversos projetos de desenvolvimento urbano em cidades como Copenhague, Estolcomo, Roterdã, Sidney, São Francisco, entre outras, Gehl aborda em seu livro diversos aspectos relacionados à qualidade de vida nas cidades, mobilidade urbana, sustentabilidade, segurança e valorização do espaço público.
E advinha: o livro tem um capítulo inteirinho sobre o ciclismo como mobilidade urbana!


Gehl chama a atenção dos leitores sobre a necessidade de priorizar o uso da bicicleta como meio de transporte em uma época em que a poluição, problemas com clima e saúde representam cada vez mais um desafio global. Assim, utiliza exemplos de cidades que possuem um sistema ciclístico coeso, como Copenhague por exemplo, para demonstrar um modelo ideal de cidade voltada para o uso de bicicletas.
O arquiteto destaca mudanças importantes na infra-estrutura de uma cidade e como funciona a mudança gradativa de uma cultura que incentiva o uso predominante de automóveis como meio de locomoção para uma cidade que incentiva o uso da bicicleta. Entre essas mudanças, Gehl cita algumas iniciativas que deram certo em outras cidades, como a construção de ciclofaixas bem delimitadas e sinalizadas em todas as avenidas principais, integração com o sistema global de transportes (metrô, trem, táxi, ônibus), ciclofaixas verdes (integradas a parques e áreas verdes), ciclofaixas mais largas, que impedem o congestionamento de bicicletas e trazem mais segurança ao ciclista e sinalização com semáforos especiais. 

Gehl cita ainda estudos interessantes sobre o impacto que o aumento do tráfego de ciclistas tem na segurança de quem pedala. "O volume do tráfego de bicicletas é um dos mais significativos fatores de segurança para o sistema ciclístico. Quanto mais bicicletas, mais atenção o motorista deverá ter, além de fixar constantemente em alerta. Há um considerável efeito positivo quando o tráfego de bicicletas atinge certa 'Massa crítica'". Porém, isso não significa que a cidade deve esperar que o número de ciclistas aumente, ou faça programas de incentivo ao ciclismo (como programas de empréstimo de bicicletas públicas) sem que a cidade tenha a estrutura necessária para suportar essa demanda sem prejudicar a segurança da população. A mudança deve ser gradativa, e Gehl aponta ainda os graus de diferença no comportamento e no perfil das pessoas que utilizam a bicicleta durante esse processo, inicialmente atletas em bicicletas super equipadas que se arriscam no meio do trânsito (bem parecido com o que vemos em São Paulo) e posteriormente, famílias, pessoas de diversas faixas etárias, pedalando de forma tranquila e organizada na cidade. O livro conta ainda as experiências vividas por diversas cidades e o os pontos positivos e negativos enfrentados por estas.
O fato é que cada vez mais o uso de bicicletas para mobilidade se insere como estratégia de sustentabilidade e desenvolvimento urbano para a construção de uma cidade feita de pessoas, para pessoas.







E você? O que tem a dizer sobre o planejamento urbano da sua cidade? Reclamações? Idéias? Quer contar alguma boa iniciativa? Compartilhe com a gente!

#Gobikers!

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