Assim, resolvemos fazer este post comentando os acontecimentos que rolaram ( e ainda estão rolando) para que todos os ciclistas possam acompanhar e defender sua posição.
Em meados deste ano, o vereador Adílson Amadeu (PTB) levou para votação um Projeto de Lei (Pl224/2012) que pretende estabelecer o emplacamento e licenciamento de bicicletas e o uso obrigatório de capacete, óculos, luvas e sapato anti-derrapante.
A justificativa deste PL é “criar em âmbito municipal uma espécie de cadastro e controle das bicicletas utilizadas nas vias públicas da cidade”, e o embasamento desta proposta são “matérias jornalísticas que informam sobre o desrespeito às regras de transito por ciclistas”.
Diante do PL, o vereador Ricardo Young (PPS), que compõe a Frente Parlamentar pela Mobilidade Humana, solicitou uma audiência pública, realizada no dia 12 de junho de 2013 na Câmara Municipal de São Paulo. Cerca de 70 ciclistas compareceram para se manifestar contra o projeto.
O material apresentado na audiência para justificar o PL foi uma matéria do Jornal Nacional mostrando supostas imprudências cometidas por ciclistas, como andar na calçada e aguardar o semáforo usando uma parte da faixa de pedestres.
Os ciclistas e cicloativistas presentes se defenderam salientando a falta de estrutura ciclística na cidade, que é exclusivamente planejada para carros, resultando na insegurança de quem pedala. “O ciclista está na calçada, porque não se sente seguro na rua”, disse Willian Cruz, do Vá de Bike.
Vários questionamentos surgiram durante a audiência: bicicletas infantis devem ser emplacadas?; Como ficam as bicicletas de turistas?; Onde prender a placa na bicicleta visto que nem todas tem bagageiros?; É a hora de colocar crianças e idosos para pedalar na rua, junto aos carros?
Além disso, foi levantada a questão da burocratização do uso da bicicleta. Em um momento em que o uso da bicicleta como meio de transporte vem ganhando adeptos e que o mundo inteiro fala da bike como uma alternativa de melhorar a mobilidade urbana, burocratizar seu uso não faz nenhum sentido. E não se deve esquecer que muitas pessoas com baixa renda dependem da bicicleta para se locomover na cidade, e a oneração seria um problema para elas.
A obrigatoriedade da utilização de acessórios, também foi questionada. O uso do capacete pode sim proteger quem pedala nas quedas, mas no caso de uma atropelamento, maior causa de morte de ciclistas, seu uso pode não adiantar. Foi o caso da Márcia e Juliana, atropeladas em São Paulo e não resistiram. Ambas usavam capacetes. Além disso, a obrigatoriedade tende ao surgimento de acessórios de baixa qualidade para diminuir o custo e atender a demanda, que podem não só não ajudar o ciclista, mas colocá-lo em risco por serem inferiores ou pela utilização incorreta. O caminho não é obrigar, mas educar.
O investimento de verba foi um ponto da audiência. Será que o emplacamento de bicicletas resolve o problema? Será que o dinheiro investido no emplacamento não deveria ser direcionado na construção de vias adequadas para o ciclista, campanhas de educação no trânsito e sinalização de vias? Todos os dias ciclistas se arriscam nas ruas (que por direito, é de todos), em meio ao trânsito e pagam por adotarem um meio de transporte alternativo, que não polui, faz bem à saúde e à cidade. Veja o depoimento emocionado da ciclista Cristiane Frisson durante a audiência: "“Todos os cicloativistas são heróis sem capa. Tem que ter coragem, porque até como pedestre a gente corre riscos. Tem gente que faz uso do skate, qual e o próximo passo? Emplacar o skate, emplacar o patins, emplacar o par de tênis? Eu vou pro trabalho a pé porque eu desmaiei por duas vezes no metrô, completamente desnorteada, fui colocada pra fora da Sé e os funcionários do metrô me colocaram no táxi! Baixou minha pressão, por causa do metrô lotado. É essa a situação que a gente vive, gente, é essa! É uma b…! E quem tá pedalando tá buscando uma alternativa, de trabalho, de vida melhor, com consequência pra cidade!”
Vale lembrar que em cidades como Amsterdã e Copenhague, que possuem um intenso tráfego de bicicletas não utilizam o emplacamento ou licenciamento, e sim infraestrutura para incentivar, educar e criar segurança para o ciclista.
E qual o fim da história?
Bem, ainda não tem um final.
Após a audiência, a votação do PL foi adiada. Depois foi remarcada para o dia 09 de outubro, porém foi adiada novamente, por mais cinco semanas, na tentativa de que o vereador retire o PL.
Porém, este já deixou bem claro que não retirará o projeto de lei. E procurado pelo Vá de Bike e Bike é Legal para uma entrevista, Adílson Amadeu se recusou a recebê-los. Sua assessora de imprensa os informou que o vereador não iria mais conversar com os ciclistas, pois havia sido "ofendido" diversas vezes, e que este manifestaria sua posição através do facebook (rede social sem caráter oficial), que pode ser encontrada aqui.
Resumindo: Adílson Amadeu está fechado ao diálogo.
Quer ajudar?
Entre em contato com os vereadores que compõem a comissão onde o PL será votado. Deixe claro seu posicionamento, seja educado e cordial. trace uma linha de diálogo. Argumentos não faltam, certo?
Presidente:
Senival Moura (PT) - 11 3396-4530 / senival.pt@ig.com.br
Vice-Presidente:
Claudinho de Souza (PSDB) - 11 3396-4255 / vereadorclaudinho@uol.com.br
Demais integrantes:
Ricardo Young (PPS) - 11 3396-4681 / ricardoyoung@camara.sp.gov.br
Vavá dos transportes (PT) - 11 3396-4672/4673/4854/4469 / vavadotransporte@camara.sp.gov.br
Aurelio Miguel (PR) – 11 3396-4258 / aurelio.miguel@camara.sp.gov.br
Souza Santos (PSD) - 11 3396-4242 / souzasantos@camara.sp.gov.br
Coronel Telhada (PSDB) - contato@coroneltelhada.com.br
E-mail da comissão: transecon@camara.sp.gov.br
Veja aqui o vídeo da audiência realizada:
Vamos ficar de olho, nos unir e impedir de forma organizada e política a aprovação desta lei absurda. Os motivos da nossa posição são claros e foram expostos em audiência pública.
Precisamos sim, de políticas urbanas sérias e que estejam comprometidas a construir uma cidade melhor, para todos, baseada na educação e na conscientização. E não em "BURROcracias, licenciamentos e mais taxas que não trarão benefícios à população.
#Gobikers!
O material apresentado na audiência para justificar o PL foi uma matéria do Jornal Nacional mostrando supostas imprudências cometidas por ciclistas, como andar na calçada e aguardar o semáforo usando uma parte da faixa de pedestres.
Os ciclistas e cicloativistas presentes se defenderam salientando a falta de estrutura ciclística na cidade, que é exclusivamente planejada para carros, resultando na insegurança de quem pedala. “O ciclista está na calçada, porque não se sente seguro na rua”, disse Willian Cruz, do Vá de Bike.
Vários questionamentos surgiram durante a audiência: bicicletas infantis devem ser emplacadas?; Como ficam as bicicletas de turistas?; Onde prender a placa na bicicleta visto que nem todas tem bagageiros?; É a hora de colocar crianças e idosos para pedalar na rua, junto aos carros?
Além disso, foi levantada a questão da burocratização do uso da bicicleta. Em um momento em que o uso da bicicleta como meio de transporte vem ganhando adeptos e que o mundo inteiro fala da bike como uma alternativa de melhorar a mobilidade urbana, burocratizar seu uso não faz nenhum sentido. E não se deve esquecer que muitas pessoas com baixa renda dependem da bicicleta para se locomover na cidade, e a oneração seria um problema para elas.
A obrigatoriedade da utilização de acessórios, também foi questionada. O uso do capacete pode sim proteger quem pedala nas quedas, mas no caso de uma atropelamento, maior causa de morte de ciclistas, seu uso pode não adiantar. Foi o caso da Márcia e Juliana, atropeladas em São Paulo e não resistiram. Ambas usavam capacetes. Além disso, a obrigatoriedade tende ao surgimento de acessórios de baixa qualidade para diminuir o custo e atender a demanda, que podem não só não ajudar o ciclista, mas colocá-lo em risco por serem inferiores ou pela utilização incorreta. O caminho não é obrigar, mas educar.
O investimento de verba foi um ponto da audiência. Será que o emplacamento de bicicletas resolve o problema? Será que o dinheiro investido no emplacamento não deveria ser direcionado na construção de vias adequadas para o ciclista, campanhas de educação no trânsito e sinalização de vias? Todos os dias ciclistas se arriscam nas ruas (que por direito, é de todos), em meio ao trânsito e pagam por adotarem um meio de transporte alternativo, que não polui, faz bem à saúde e à cidade. Veja o depoimento emocionado da ciclista Cristiane Frisson durante a audiência: "“Todos os cicloativistas são heróis sem capa. Tem que ter coragem, porque até como pedestre a gente corre riscos. Tem gente que faz uso do skate, qual e o próximo passo? Emplacar o skate, emplacar o patins, emplacar o par de tênis? Eu vou pro trabalho a pé porque eu desmaiei por duas vezes no metrô, completamente desnorteada, fui colocada pra fora da Sé e os funcionários do metrô me colocaram no táxi! Baixou minha pressão, por causa do metrô lotado. É essa a situação que a gente vive, gente, é essa! É uma b…! E quem tá pedalando tá buscando uma alternativa, de trabalho, de vida melhor, com consequência pra cidade!”
Vale lembrar que em cidades como Amsterdã e Copenhague, que possuem um intenso tráfego de bicicletas não utilizam o emplacamento ou licenciamento, e sim infraestrutura para incentivar, educar e criar segurança para o ciclista.
E qual o fim da história?
Bem, ainda não tem um final.
Após a audiência, a votação do PL foi adiada. Depois foi remarcada para o dia 09 de outubro, porém foi adiada novamente, por mais cinco semanas, na tentativa de que o vereador retire o PL.
Porém, este já deixou bem claro que não retirará o projeto de lei. E procurado pelo Vá de Bike e Bike é Legal para uma entrevista, Adílson Amadeu se recusou a recebê-los. Sua assessora de imprensa os informou que o vereador não iria mais conversar com os ciclistas, pois havia sido "ofendido" diversas vezes, e que este manifestaria sua posição através do facebook (rede social sem caráter oficial), que pode ser encontrada aqui.
Resumindo: Adílson Amadeu está fechado ao diálogo.
Quer ajudar?
Entre em contato com os vereadores que compõem a comissão onde o PL será votado. Deixe claro seu posicionamento, seja educado e cordial. trace uma linha de diálogo. Argumentos não faltam, certo?
Presidente:
Senival Moura (PT) - 11 3396-4530 / senival.pt@ig.com.br
Vice-Presidente:
Claudinho de Souza (PSDB) - 11 3396-4255 / vereadorclaudinho@uol.com.br
Demais integrantes:
Ricardo Young (PPS) - 11 3396-4681 / ricardoyoung@camara.sp.gov.br
Vavá dos transportes (PT) - 11 3396-4672/4673/4854/4469 / vavadotransporte@camara.sp.gov.br
Aurelio Miguel (PR) – 11 3396-4258 / aurelio.miguel@camara.sp.gov.br
Souza Santos (PSD) - 11 3396-4242 / souzasantos@camara.sp.gov.br
Coronel Telhada (PSDB) - contato@coroneltelhada.com.br
E-mail da comissão: transecon@camara.sp.gov.br
Veja aqui o vídeo da audiência realizada:
Precisamos sim, de políticas urbanas sérias e que estejam comprometidas a construir uma cidade melhor, para todos, baseada na educação e na conscientização. E não em "BURROcracias, licenciamentos e mais taxas que não trarão benefícios à população.
#Gobikers!
"Tem gente que faz uso do skate, qual e o próximo passo? Emplacar o skate, emplacar o patins"
ResponderExcluirPesquise direito, essa lei fala, de triciclo, skate, patins, patinete e afins. Não é somente de bicicleta.
O jeito vai ser andar de segway (isso se segway nao for include no afins que eu disse acima. Se segway nao der, então temos que apelar para o jeque e cavalo.